terça-feira, 2 de junho de 2009

“O Menino de Cabul”

Para o contrato de leitura deste 3º Período escolhi o romance “O Menino de Cabul” de Khaled Hosseini, um livro, como nos diz a crítica, “poderoso… sem grandes floreados, apenas prosa, dura e simples… um relato íntimo sobre a família, a amizade, a traição e a salvação” (The Washington Post Book World).

A partir da história de vida de dois rapazes, Amir e Hassan, o autor leva-nos até à dura realidade afegã, atingida pela guerra e dominada pelos talibãs.
Amir, filho de Baba, patriarca e homem da sociedade, perdeu a mãe quando esta o dava à luz, o que o faz muitas vezes sentir-se culpado em relação ao pai.
Hassan é filho do criado da casa de Baba, e, para além de amigo de Amir, é também seu criado.
Ao longo do romance, enquanto crianças, os dois rapazes brincam juntos, subindo às árvores, jogando às cartas e fazendo voar papagaios, o que os faz divertirem-se de tal forma que quase se esquecem das posições sociais que os separam, mas que Assef e dois amigos fazem questão de lhes recordar.
Contudo, esta amizade que une Amir e Hassan é quebrada quando num dia de lançamento de papagaios pelas crianças da cidade, Amir vê Hassan ser violado por Assef e foge.
Sentindo-se culpado por não ter ajudado o amigo, encontra como melhor solução afastar Hassan de sua casa, ou melhor dizendo a vergonha e a culpa que sente.
As suas tentativas acabam por dar resultado e é a partir de aqui que os dois rapazes tomam rumos diferentes.
Enquanto Hassan e o pai se afastam e vão viver para uma aldeia distante, a guerra chega ao Afeganistão e Amir e Baba fogem para a América, onde refazem as suas vidas, mas onde o passado não abandona nem um, nem outro.
A partir daqui, a história desenrola-se de forma inesperada e segredos escondidos durante muito tempo são revelados, o que leva a uma espécie de salvação da alma.


A meu ver este romance tem uma história por si só muito dura, que nos mostra o poder da guerra, mas também da culpa e da vergonha, consequência de uma sociedade com uma cultura extremamente rigorosa.
“O Menino de Cabul” foi uma obra que me deu extremo prazer a ler, e que, por vezes, me deixou revoltada e indignada.
É também, uma obra muito diferente das que habitualmente leio, mas que me deixou presa da primeira à última página, não me tendo, praticamente, deixado tempo ou vontade de fazer outra coisa que não lê-la.
Além disto, possui uma história tão poderosa que quando a terminamos sentimos um vazio que parece quase impossível de ser preenchido.
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"A vida é um comboio... Não o percas!"
e
"Só há um pecado... o roubo. Quando dizes uma mentira, estás a roubar a alguém o direito de saber a verdade."
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as frases, para mim, mais marcantes desta obra

2 comentários:

  1. Olá Ana

    Também a mim me encantou o livro que leu: é uma bela história e muitíssimo bem contada. E faz-nos pensar sobre a humanidade e sobre como as nossas acções podem condicionar a nossa vida e a dos outros. Ainda bem que lhe deu prazer esta leitura que fez.

    O seu comentário está bem feito e bem redigido. Fiz uma pequena correcção. Veja se descobre qual.

    Cecília Furtado

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  2. Fico contente por o meu texto estar bem feito e redigido, visto que o realizei com muito cuidado e reflexão.

    Relativamente à correcção que fez, creio que foi logo no 1ºparágrafo a expressão "a partir", que, segundo me lembro, tinha colocado "através".

    Ana Catarina

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