terça-feira, 2 de junho de 2009

"À minha filha em França..."


Neste período, escolhi para o contrato de leitura o romance “À minha filha em França…” que foi escrito por duas irmãs,Barbara e Stephanie Keating.
Neste livro, as autoras transportam-nos constantemente numa viagem, quer no tempo, entre a segunda guerra mundial e 1970, como no espaço, entre a França e a Irlanda.

A história começa com a morte de Richard Kirwan, mais precisamente com seu testamento, que vai revelar à sua família (Helena, a sua esposa, e os seus três filhos, Eleanor, James e Elizabeth) um segredo com mais de 20 anos. Segredo esse, o da existência de mais uma filha, que vive em Paris.
Deste modo, Eleonor, a sua filha mais velha, inicia, nos anos 70, uma troca de correspondência com a sua meia irmã francesa (Solange de Valney) com o intuito de compreender como o pai de ambas conseguira conviver com tal segredo sem que ninguém se apercebesse.

Para Solange, o único pai que conhecia e amava era Henry de Valney, mas agora, fora surpreendida com a existência de um novo pai, o verdadeiro, Richard Kirway.
Em Dublin, a família de Richard procura lidar com a dor da sua perda, e também, com a descoberta deste segredo, tão bem ocultado ao longo da sua vida.
É, precisamente, neste ambiente desconcertante que nos faz voltar a Paris no início da segunda guerra mundial, à execução dos judeus, à audácia dos que resistem e à debilidade do amor em tempos de guerra.
Aqui tem início o enredo, no preciso momento em que Richard Kirway, professor universitário, ao ser ferido gravemente pelos alemães é ajudado por uma médica, Cecile, e se apaixona inesperadamente por ela.
Assim, nos anos setenta e a época da guerra interpenetram-se e aclaram os acontecimentos dando a conhecer os problemas vivenciados pelas duas famílias.

“Sobre uma complexa sequência de amores proibidos, actos heróicos e segredos obscuros, prepara-se uma intensa busca de vestígios passados, mantendo em suspenso os destinos de duas famílias.”

Na minha opinião, é um livro bastante interessante e adorei lê-lo. Apesar das suas quatrocentas e trinta e duas páginas, é de fácil leitura e a história é entusiasmante.
É um livro fascinante que nos faz compreender que de facto há momentos em que nada parece o que é, onde nem sempre o errado não está certo e o que nos parece estar certo pode muito bem estar errado.

“ À minha filha em França…” é, portanto, um livro a não perder.

"Anjo Negro", de Francisco da Costa Oliveira


Uma história com factos verídicos, conseguida por um jornalista do “Daily Mirror”, um diário britânico.

“Anjo Negro”, fala-nos de um jornalista, James Harding, que surpreendeu tudo e todos quando consegue, durante dois meses, aceder a todas as salas do Palácio de Buckingham. Eram ainda muito recentes os atentados de 11 de Setembro e nenhum sinal podia ser ignorado pelas autoridades, é quando acontece uma rusga que pretende controlar o que se julga ser um ataque terrorista, e onde Jayne Tinsley, consegue escapar, mostrando a todos que não é uma presa fácil e que tem uma séria razão para fugir.Agora falta descobrir qual será a relação desta mulher com o acesso do jornalista ao Palácio de Buckingham e o contacto com a família real. Jayne Tinsley guarda um grande segredo…


“Uma história em que a paixão, a coragem e a sede de justiça de uma mulher não conhecem limites.”


Um pequeno excerto:
«"Estou cercada." Tinha de ser, uma vez mais, lesta a evadir-se. Enquanto traçava mentalmente os próximos passos, vestiu o uniforme negro, para se tornar mais ágil, e as tabi, as botas-pantufas com separação nos polegares dos pés que usava nos treinos de Langfolk. Prendeu o cabelo na nuca com um elástico e agarrou na mochila. Ainda olhou para a porta do seu quarto, mas não tinha tempo para mais nada. O perigo estava muito perto.»

Na minha opinião, é um livro empolgante e misterioso que nos leva à curiosidade da página seguinte. Aconselho a quem gosta de pequenos mistérios, descobertas e aventuras.
Sofia Cruz
Olá meninos

Acrescentei um novo link: http://www.leituradiaria.com/

que tal ler obras literárias no telemóvel ou no mail, 5 minutos por dia. Vão lá espreitar: é giro!

Cecília Furtado

O "Último Cais" é um livro da autoria de Helena Marques.

Esta autora, já nos habituou a obras de leitura relativamente simples, mas envolventes e que nos obrigam a pensar na nossa vida futura e a ponderar bem as nossas escolhas.

As personagens desta história não são reais, contudo podiam ter sido, na medida em que esta obra percorre várias décadas e faz referência a factos históricos, como a monarquia, a escravatura, a emancipação feminina.


Por de trás destes aspectos conta-se a vida de várias mulheres de épocas passadas:
  • A que viveu a vida toda longe do marido (médico voluntário que passava a vida a viajar) e que morrer no parto, mas sentindo-se concretizada;

  • A que foi amada, mas por um homem casado que teve de abandoná-la para não a deixar sofrer mais;

  • As que, apesar de irmãs, não se suportam devido a partilharem o mesmo amor e acabaram “enfiadas” num convento;

  • A que teve de ultrapassar a crescente, impossível e incómoda tentativa de ser igual à sua perfeita mãe;

  • A que teve um casamento horrível, mas lutou e conquistou não o amor, mas o companheirismo e cumplicidade do homem que queria.

E de alguns homem, a destacar:

  • Um padre que põe em causa a existência e acção de Deus;

  • Um homem que teve de suportar a morte de sua mulher no decorrer do acto mais importante e pleno da sua relação com ela, seguida da criação e educação do fruto deste grande amor, a filha Clara que viveu sem mãe.
  • Etc, etc, etc…

"Um livro muito bem conseguido.", digo eu.

“O Menino de Cabul”

Para o contrato de leitura deste 3º Período escolhi o romance “O Menino de Cabul” de Khaled Hosseini, um livro, como nos diz a crítica, “poderoso… sem grandes floreados, apenas prosa, dura e simples… um relato íntimo sobre a família, a amizade, a traição e a salvação” (The Washington Post Book World).

A partir da história de vida de dois rapazes, Amir e Hassan, o autor leva-nos até à dura realidade afegã, atingida pela guerra e dominada pelos talibãs.
Amir, filho de Baba, patriarca e homem da sociedade, perdeu a mãe quando esta o dava à luz, o que o faz muitas vezes sentir-se culpado em relação ao pai.
Hassan é filho do criado da casa de Baba, e, para além de amigo de Amir, é também seu criado.
Ao longo do romance, enquanto crianças, os dois rapazes brincam juntos, subindo às árvores, jogando às cartas e fazendo voar papagaios, o que os faz divertirem-se de tal forma que quase se esquecem das posições sociais que os separam, mas que Assef e dois amigos fazem questão de lhes recordar.
Contudo, esta amizade que une Amir e Hassan é quebrada quando num dia de lançamento de papagaios pelas crianças da cidade, Amir vê Hassan ser violado por Assef e foge.
Sentindo-se culpado por não ter ajudado o amigo, encontra como melhor solução afastar Hassan de sua casa, ou melhor dizendo a vergonha e a culpa que sente.
As suas tentativas acabam por dar resultado e é a partir de aqui que os dois rapazes tomam rumos diferentes.
Enquanto Hassan e o pai se afastam e vão viver para uma aldeia distante, a guerra chega ao Afeganistão e Amir e Baba fogem para a América, onde refazem as suas vidas, mas onde o passado não abandona nem um, nem outro.
A partir daqui, a história desenrola-se de forma inesperada e segredos escondidos durante muito tempo são revelados, o que leva a uma espécie de salvação da alma.


A meu ver este romance tem uma história por si só muito dura, que nos mostra o poder da guerra, mas também da culpa e da vergonha, consequência de uma sociedade com uma cultura extremamente rigorosa.
“O Menino de Cabul” foi uma obra que me deu extremo prazer a ler, e que, por vezes, me deixou revoltada e indignada.
É também, uma obra muito diferente das que habitualmente leio, mas que me deixou presa da primeira à última página, não me tendo, praticamente, deixado tempo ou vontade de fazer outra coisa que não lê-la.
Além disto, possui uma história tão poderosa que quando a terminamos sentimos um vazio que parece quase impossível de ser preenchido.
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"A vida é um comboio... Não o percas!"
e
"Só há um pecado... o roubo. Quando dizes uma mentira, estás a roubar a alguém o direito de saber a verdade."
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as frases, para mim, mais marcantes desta obra

segunda-feira, 1 de junho de 2009

"O carteiro de Pablo Neruda"

"O carteiro de Pablo Neruda"


A obra que escolhi intitula-se “O carteiro de Pablo Neruda”e narra uma história de amizade entre um carteiro e um poeta de grande sucesso: Pablo Neruda. A acção passa-se no Chipre, na ilha negra.
Mário Jiménez, morador desta ilha, trabalha nos correios locais, onde faz a distribuição de cartas, sendo a casa de Pablo Neruda a mais visitada, o que leva à criação de uma grande amizade.
O empregado dos correios, apaixonado pela jovem da estalagem, pede auxílio a Neruda para que com os seus poemas conseguisse que esta se rendesse aos seus encantos. Mais tarde acabam por casar-se. Entretanto o poeta é nomeado para embaixador do Chile em França.Com isto, a vida de ambos tomou rumos diferentes, mas o sentido da amizade prevaleceu.
Tempos mais tarde, deparado com uma doença que o levará à morte, Neruda, volta à ilha, local de que tinha saudades. Devido ao seu estado agravado de saúde, acaba por morrer pouco tempo depois.


Em suma, não sendo eu grande apreciadora de leitura, em termos de tamanho é um livro bastante acessível, mas que por outro lado não desperta muito interesse. Dos poucos livros que li, este foi, talvez, o que me deixou menos empolgada.

Cem Anos de Solidão


O livro que escolhi para o contrato de leitura deste período foi "Cem Anos de Solidão" de Gabriel Garcia Márquez.
A história passa-se na fictícia aldeia de Macondo, a qual é fundada por José Arcadio Buendía, líder da comunidade.
Em pouco tempo, a aldeia transforma-se em cidade devido à visita de um grupo de ciganos, que trazem descobertas ao seu povo. Por entre estes, encontra-se Melquíades, um velho sábio que faz amizade com José Arcadio Buendía e lhe conta as histórias das suas diversas viagens pelo mundo. Este feiticeiro fica a viver em Macondo, morre passado algum tempo e o seu espírito vai ser visto, e chega mesmo a falar com algumas personagens. É assim, uma personagem muito importante da história devido ao seu lado misterioso, que no final vai ser desvendado.

José Arcadio Buendía é casado com Úrsula Iguarán, e são a primeira de sete gerações da família Buendía Iguarán. Deste casamento nasceram três filhos: José Arcadio, Aureliano e Amaranta. A estes juntar-se-á Rebeca, que vai ser adoptada numa altura em que José Arcadio já está senil.

A história desenrola-se à volta desta geração, dos seus filhos e respectivos descendentes, com a particularidade de que todas as gerações vão ser acompanhadas por Úrsula, que vai viver 150 anos.

Na minha opinião, Gabriel Garcia Márquez elabora assim uma excelente obra, na qual engloba variados temas da sociedade, tais como, o amor, a sexualidade, os problemas sociais e políticos, a guerra, a morte, as forças sobrenaturais, entre muitos outros.


Este foi um livro bastante interessante, o qual gostei de ler. Para mim, o que dificultou um pouco a leitura desta excelente obra, foi a repetição dos nomes de algumas personagens ao longo da história.

Recomendo que leiam e espero que gostem tanto como eu.

O Menino de Cabul

Neste 3º período, o livro por que optei foi “O Menino de Cabul”, do autor Khaled Hosseini. Esta obra já foi lida por milhões de pessoas em todo o mundo e a história já foi passada, em 2007, nas salas de cinema.

Trata-se de uma história que nos fala do Afeganistão, nos anos pré-invasão soviética, nos anos 1978; essa é até hoje uma região de vários conflitos. Também nos fala dos costumes, da cultura dos povos pois num só país há xiitas e hazaras. Nessa região há um costume, o torneio de papagaios, que o autora narra: o personagem ,Amir Jan, faz de tudo para vencer o torneio e para que o seu pai tenha orgulho de si.

Neste livro conta-se a vida de três meninos que passam parte das suas vidas em Cabul. O último, que aparece quase no fim do livro, é o sinal de esperança. Ele vem permitir a expiação das cobardias de um dos dois que começam a história. São três meninos de coragem e o autor conta uma história de amizade onde não faltam também as mentiras escondidas durante uma vida inteira e os momentos dramáticos.

Baba, o pai de dois dos meninos, não era afinal tão perfeito como o filho julgava. E o livro conta que até ele, o homem forte e corajoso, tinha na sua história momentos de fraqueza, também tinha “pecados” que teriam de ser descobertos, muito mais tarde, pelo próprio Amir.
Um livro que nos fala de amizade, de coragem, de lealdade e de covardia. O primeiro livro, escrito em inglês, de um jovem escritor que, como um dos meninos que retrata, tem um dom especial para a escrita, fugindo sempre que possível dos costumes mas não os evitando quando é preciso.

Concluindo : gostei imenso de ler este livro onde encontrei várias frases que me marcaram.Este livro fez-me buscar também lembranças do meu passado para saber melhor o presente.

“Um homem sem consciência, sem bondade, não sofre.”
“Só há um pecado. O roubo…quando dizes uma mentira, estás a roubar alguém o direito de saber a verdade.”
“Nunca é tarde para acertar as contas.”